A inteligência artificial chegou pra mudar o jogo, mas só se você souber jogar.
Muita gente testa o ChatGPT, digita um pedido solto e diz: “não gostei da resposta, ficou muito genérico.” Mas a verdade é simples: a IA só é tão boa quanto o prompt que você dá. E é isso que você vai aprender nesse post.
Antes de tudo: a IA não é uma barra de busca
A inteligência artificial (como o ChatGPT, Gemini ou Claude) não é um buscador. Ela é treinada com bilhões de dados para gerar conteúdo original com base nos comandos que você dá. Ou seja, diferente do Google, ela não busca respostas prontas, ela cria a partir da sua instrução.
📌 Prompt não é pergunta. É comando. Por isso, ele precisa ser claro, estratégico e completo.
IA estrangeira, língua portuguesa e as tais “alucinações”
Um ponto pouco falado (mas super importante): a maioria das IAs que usamos hoje foi criada em inglês ou chinês. Isso significa que, apesar de traduzirem rápido, elas ainda têm dificuldade com a complexidade da nossa língua.
A gente fala português, sim. Mas a IA, lá no fundo, “pensa” em inglês. E o que isso quer dizer na prática? Que você precisa ser muito mais detalhista ao criar seus prompts.
A tradução é veloz, mas se não houver contexto claro, a IA pode “alucinar”. Ou seja, gerar respostas erradas com confiança. E nem sempre é fácil perceber.
Exemplo clássico: a palavra “ponto” tem mais de 50 significados no português. Em inglês, isso seria separado por várias palavras diferentes. Agora imagina pedir algo com “ponto de vista” e a IA entender “ponto de costura”?
É por isso que o prompt precisa ser específico, direto e completo. Não tem espaço pra meias palavras.
O que um bom prompt precisa ter?
Anota aí os princípios fundamentais:
1. Contexto
A IA precisa entender quem você é, quem é seu público e qual o seu objetivo com aquela demanda.
Exemplo: “Sou dona de uma loja online de moda feminina atemporal. Quero uma legenda para Instagram com tom sofisticado e próximo, falando sobre o valor de investir em peças versáteis.”
2. Formato + plataforma
Especifique o que você quer (e-mail, post, roteiro) e para onde.
Exemplo: “Crie um carrossel para Instagram com 5 slides explicando o que é [conceito x], com uma linguagem simples e voltada para [publico-alvo, com o máximo de detalhes que você tiver sobre o seu público].”
3. Tom de voz
Leve? Técnico? Em primeira pessoa? Quer usar emojis ou não? A IA precisa saber disso.
Dica extra: trate a IA como um colaborador. Quanto mais você explicar como ela deve escrever, melhor.
Prompt curto = resposta rasa
Frases como “me dá um post legal sobre vendas” são inúteis. Agora, olha a diferença com esse exemplo:
“Você é uma estrategista de conteúdo. Crie uma legenda curta e atrativa para Instagram explicando como o comportamento do consumidor impacta diretamente na produção de conteúdo. Use uma pergunta no final para gerar interação.”
A diferença está no briefing.
Sobre visual? Use imagem de referência
Se você não consegue descrever bem, mostre. Prints, fotos, paletas, fontes, referências de outras marcas: tudo isso ajuda. “Quero uma arte inspirada nessa estética (anexo), com foco em elegância minimalista, tons neutros e fonte serifada.”
IA também erra (e você precisa saber ensinar)
Outro ponto importante da aula: IA é imprecisa. Ela vai te entregar o melhor que pode com base no que entendeu. Por isso, se a resposta não veio como você queria, não desista. Ensine.
Exemplo: “Reescreva esse texto com menos termos técnicos e mais fluidez. Imagine que está explicando isso para alguém que nunca ouviu falar no tema.”
Prompt é processo, não fórmula mágica
Use a IA como uma parceira: converse com ela, refine, teste. Se a primeira versão não ficou boa, dê feedback e peça ajustes. Assim como você faria com alguém do seu time.
Resumo: o que faz um bom prompt?
- Contextualiza quem você é e para quem você fala
- Define claramente o formato e o canal
- Traz referências visuais, quando necessário
- Explica o tom de voz e o estilo desejado
- Usa comandos claros, e não perguntas genéricas
- Pede ajustes, se necessário, com feedback direto
E se eu travar? Peça ajuda pra própria IA
Isso mesmo. Se estiver sem saber como pedir, diga: “Chat, me ajuda a escrever um prompt melhor pra criar um conteúdo sobre X?”
É o famoso prompt do prompt (ou “prompt-ception”).
A IA tem poder. Mas quem dá direção é você. Criar conteúdo estratégico não é sobre apertar um botão e receber mágica, é sobre saber conduzir. Com prompts bem estruturados, você foge do raso, economiza tempo e ganha diferencial.